Não sei o que aconteceu. Nem sei se foi... Nanda Ribeiro
Não sei o que aconteceu. Nem sei se foi real ou um filme de ficção. Às vezes tenho a sensação de que ele nem existe, sério! Isso, é isso. Ele não existe! O riso dele não existe, suas composições são rascunhos que vão embora com o vento. E o pior, eu ainda fico ali, ouvindo aquelas melodias e bebendo aquelas mentiras. Alimento monstros internos e me sufoco na tristeza. Que triste alma perdida!
Tento, por dias, ignorar a tua maestria, ignorar a letra e suas melodias. Mas tudo é em vão. Tento avançar nas descobertas a teu respeito. Tento descobrir o que se passa dentro desse teu cérebro. Sim, sou boba, e sempre caio nesta cilada. Porque tinhas que ser tão imperfeito, mas perfeito pra mim, moço?
Invejo esse teu dom de lidar bem e friamente com as coisas do cotidiano. Desejaria tanto conseguir coordenar as palavras com esse sutil ceticismo que você domina, mas desprezo essa vida que tomaste como tua: essa vida não seria pra mim.
Tire essa máscara, tu nunca foi príncipe, e pra dizer a verdade, nem mesmo sei se és capaz de ser vilão. Quem és tu? Onde mora? Por que insiste em permanecer no meu cérebro doentio?
Deixe-me continuar a vagar por aí, preciso seguir, sem crises, sem coração destroçado. Deixe-me, te deixo e que se dane.