De onde te vejo... Me curvo e serro o... Amanda Lebassy
De onde te vejo... Me curvo e serro o olhar para poder te enxergar em sua soberba pequenez. De onde te vejo tem um espelho coberto de medo no canto do quarto escorado a um amontoado de vãos desejos... De onde te vejo tem um menino assustado em baixo da cama e sobre ela um homem entre os lençóis, que embora sempre acompanhado, adormeça e amanheça só.
De onde te vejo tento adivinhar se esta neblina escura que persiste em lhe acompanhar é fato dos tragos ou dos teus estragos... De onde te vejo tem choro sentido de quem nunca foi validado ou se quer ouvido.
De onde te vejo me perco no transito de sua loucura cruel que varia entre trocar as calças as meias e as mascaras, que curiosamente em meio a toda esta parafernália estão alinhadas e organizadas no centro da sala.
De onde te vejo acompanho seu apego por uma mala a qual carrega como uma prole amada, tão pesada, tão surrada tão abarrotada das mentiras que não cansa de se contar.
De onde te vejo ostenta um lindo terno alinhado, com ar de importante como aqueles que fazem os Homens... o qual contrasta com pela tão alva sem um fio de bigode.
De onde te vejo existe um algoz de barba robusta que não perde a chance de sempre rasgar as finas cortinas das tuas ilusões.
De onde te vejo parece ser cada vez mais difícil conseguir lhe encontrar ainda que me esforçando a memória, revirando a sua historia os meus olhos parecem não apreciar mais te enxergar.
De onde te vejo...