Quando eu falo pelo sim E afirmo pelo... Samuel Ranner
Quando eu falo pelo sim
E afirmo pelo não
Vejo como é ruim
da raiva de não ter razão
Pois foi o que aconteceu
com joãozinho sonhador
Um cabra que se meteu
A encarar o governador
Joãozinho nasceu pequeno
Todo cheio de graça
Brincava no sereno
No meio da fumaça
Quando era menino
Tinha total beleza
Mas era tão franzino
Que dava tristeza
Achava que a bem de tudo
Tinha razão de protestar
Contra o governo, contudo
Muito a reclamar!
Quando foi em uma festa
Para o governador
Vestia uma roupa modesta
Porém de alto valor
Quando foi outro dia, muito irritado com o governador
Disse muito contrariado:
Este governo está um horror
Mandou que convocassem
Todos os eleitos
Que também chamassem
Todos os deputados e prefeitos
Ele foi dizendo: Meu povo associado
Tenho toda a estrutura
Para acusar esse senado
De possuir péssima figura
Pois não é justo
Que usem de violência
Para calar a todo custo
A voz de uma consciência
Todos ficaram com medo
Prevendo muita pancadaria
Até o prefeito fugiu mais cedo
Caindo da escadaria
Todos fugiram da surra
Pondo a culpa, com efeito,
E no jogo do empurra
Estava até o prefeito
Joãozinho sumiu na estrada
porque não podia ficar
pois não fizera nada
pra na prisão morar
Na sua fuga desembestada
Joãozinho de casa em casa explicava
Toda a palhaçada
Que o governador causava
O povo nunca esqueceu
Do Joãozinho sonhador
E na praça o povo ergueu
A estátua do grande sonhador
Ao ler esta história
Conte aos amigos do peito
Pois quero ser ouvido em glória
E por todos ser aceito
Jaz no país o povo sofredor
Ali se vê um pobre o grande sonhador
Zerado no cobre
Imitado por todos
Não se esqueça
Há gente que mereça o salvador!