Tentei escrever-te no papel. Tentei... Nick Gomes
Tentei escrever-te no papel. Tentei descrever teu olhar, teu andar, a forma que sorri tão facilmente. Tentei compreender como tudo ao teu ver torna-se tão simples. Foram dias, meses até anos empenhado em registrar-te no papel. Eram folhas e mais folhas riscadas espalhadas por todo apartamento.
Não havia um segundo sequer que não estivesse com papel e caneta. Mas se isto acontecesse usava qualquer coisa, até um guardanapo e uma bisnaga de ketchup. Não dormia a noite, e quando conseguia pegar no sono, sonhava que escrevia-te. Era incessante a busca por palavras que a definisse, mas que missão impossível.
Só conseguia pensar em teus cabelos que possuíam cheiro de rosas, teus olhos que brilhavam como a lua e tuas curvas que arrancavam-me os sentidos. E como desejo perder-me entre elas. Mas hoje vejo que não há comparação alguma que chegue aos teus pés. És única, esculpida sem defeito algum, a perfeição em forma de menina.
E percebo que tudo isto não é nada, linda menina. Pois nem a palavra mais sublime é capaz ou suficiente de defini-la. Até porque um papel é muito frágil para guardá-la, então decidi coloca-la em meu coração. Fora do alcance de todos, e sob minha proteção e cuidados como a joia que és.