MEU VÍCIO Dedilhar-te a noite inteira,... ÍTALO OLIVEIRA
MEU VÍCIO
Dedilhar-te a noite inteira, afogando-me em teu ser.
Amar-te completamente em uma noite de prazer.
Estarei eu sem presumir ou resumir nada;
Serei eu apenas um amante incondicional.
Que em vez de palavras ousadas, usa gestos insanos e,
Quem sabe até profanos.
Adentrando em teu mais íntimo, fazendo de mim parte de ti;
Seremos nós dois enfim, um só.
Despindo-nos de tida e qualquer virtude errônea,
Seremos apenas você e eu em nossa cama redonda.
Você é meu maior vício. Você é ar que eu preciso continuamente
Sem cessar de modo algum;
É o teu sabor de mistério, cercado de certo delírio
Que fascina meus sentidos e aguça meu paladar;
Para que desta forma eu possa enfim, te degustar.
Lábios exteriores que se entrelaçam com o interior de outros lábios;
Carnudos como a boca macia que outrora acaricia esta diplomacia
Alegórica de sussurros eufóricos, compassados entre o frenesi e a suavidade;
Entre um desejo maciço cheio de maliciosidade entre a mente e carne.