Acordei, e como todos os dias, sentei em... Marli D.H.F.

Acordei, e como todos os dias, sentei em minha cadeira, que depois de algum tempo, percebi que sempre fica voltada para o leste... Acho que ninguém tem um lugar de preferência à mesa a toa... Leste, onde nasce o sol... Geralmente olhando para lá é que me vem inspirações... São de fato minhas?... Não sei... Mas resolvi olhar-me no espelho e procurar ver apenas os meus defeitos, aqueles imperceptíveis, não as rugas ou marcas de expressão; Aqueles de dentro, que ficam escondidos sob a maquiagem do ego, aqueles que só nós sabemos... O julgamento alheio, a mania de se achar sempre certo, de ter mais valor ou moral que os outros, enfim... Tive medo, pois naquele momento, percebendo que meus olhos se enegreciam, virei meu rosto e pensei: " Nossa! Eu não posso ter a alma tão escura... Não é possível!". A curiosidade de aonde as coisas vão dar, me fez olhar novamente, então percebi, que na escuridão dos meus olhos brotavam pequenos brilhos, como as estrelas que surgem na escuridão da noite, esses brilhos são os méritos por todas as vezes que tentei corrigir meus atos, pensamentos... Então cheguei a uma conclusão... Só serei melhor quando eu olhar para mim com o intuito de me corrigir, e não me admirar pelas boas ações que pratico! E mais uma vez concluo que nossa escuridão serve para trazer à tona a luz de pequenas estrelas de correção... E quem sabe algum dia veja em meus olhos apenas um imenso universo estrelado, aonde a escuridão jamais encontre lugar...

M.D.H.F.