A desimportância do saber. Já vivi,... Letícia Del Rio
A desimportância do saber.
Já vivi, já chorei,
Já gritei,
Já sofri,
Também já venci,
Já perdi,
Já vivi,
Também já morri dentro de mim,
Já corri de mim mesma,
Já persegui,
Sei o que é ser feliz,
Mas também já fui triste,
Já sonhei,
Conquistei,
Depois acordei...
Já... Dentro de mim. Eu... Já.
Quem sou eu?
Quantas vezes na voz do vazio,
Dentro do silencio da solidão,
De quarto escuro da mente já busquei...
Quantas perguntas vazias,
Ecoam no vazio do ser eu?
Quanto mais que sei,
Mais do que eu quero saber se torna inútil,
Fútil,
Quanto mais penso que sei,
Nada sei,
Quanto mais de mim há em mim,
Menos sou,
Questionamentos em vão,
Nunca me fizeram viver,
Consumiram-me anos a fio,
Apenas o necessário devo saber,
O necessário para que eu possa fazer.
E fazer é o seu ser,
Almejo o certo,
Chega de incertos!
Que são insetos,
Sobrevoam pensamentos,
Zumbem dentro de mim,
Vãos questionamentos,
Afastam-te dos caminhos mais belos,
Só quem conhece o infinito sabe o que eu quero dizer,
Quem busca o infinito,
Preenche o vazio que há em viver,
Dentro de si vazio,
Propositalmente vazio,
Para que o infinito invada o seu ser.
Ser,
Menos do eu,
Mais daquEle em quem quero ser.