- Meu caos Transtorno, pandemônio,... Vanessa Santos

- Meu caos

Transtorno, pandemônio, obscuridade, bagunça, confusão, balbúrdia, perturbação, desordem, desarrumação, eu sou mesmo um caos. Sei que essas características dão um peso enorme pra quem fala e pra quem ouve, mas é a minha verdade. E ele, bem, ele é um misto de tudo que há de bom nesse mundo, um emaranhado de sorrisos, mãos quentes, conversa boa e leveza. Eu sigo na tentativa de adaptar minha vida à bagunça que eu mesma fiz como um quebra cabeça, monto uma parte e deixo outra por fazer, enquanto isso ele está ali, sorrindo pra mim e com ar de contentamento pelo que nos tornamos. Eu sou uma granada e às vezes estouro amedrontando o quarteirão inteiro. Ele é equilíbrio, paz, tem tranquilidade e pureza suficiente pra nós dois. Eu sou uma L-O-U-C-A-V-A-R-R-I-D-A que fica perambulando o tempo todo dando show tentando expressar o que sou ou chamar atenção de alguém. Ele me assiste sentado. Não há como negar, somos a diferença em casal, pesos e medidas distintas, daquele jeito difícil de dar certo. Também sei que as coisas podem mudar e talvez um dia nós passaremos a ser semelhança ou possamos estar bem mais distantes um do outro do que agora que apenas o sofá nos separa (ele está sentado logo ali), independentemente disso, eu quero estar com ele mesmo quando terríveis 192 km de distância nos dão saudade. Por incrível que pareça, acho que esse texto vai terminar diferente do drama que começou, estou rindo escrevendo essas linhas e ele provavelmente irá sorrir de canto de boca, sorriso meio bobo, meio feliz, ao ler cada uma delas como sempre acontece quando ele ganha um papel com essas besteiras que escrevo. Eu gostaria de continuar escrevendo mais umas mil palavras diferentes para caracterizar isso que sinto, mas acho que cansaria os leitores, então; amor. Se você aí do outro lado está achando as coisas complicadas e difíceis de desatar como um no de caminhoneiro, não hesite. Ame, fale, corra atrás, se desculpe, demonstrar afeto é sempre melhor que agir com indiferença. Se importar é bonito e atrai, indiferença não. Não se recrimine. Eu não me recriminei porque não há nada mais bonito que sentir amor e demonstrar ele para quem é dono, não dói, não ofende, não entristece, não dá coceira e se não for suficiente, use todo esse amor em você mesmo. Mas eu tenho a sorte de no coração dele haver algo parecido com o que há no meu, eu vejo no olhar e na fala dele sempre tão apaixonados. Permaneço sendo explosão de palavras, pensamentos e atitudes e ele permanece sendo silêncio e calmaria, ele também permanece sentado ali na mesma posição desde o momento em que comecei a escrever, mas está tudo bem porque ele me irrita menos calado. Não importam nossas diferenças, não importa nosso passado, ele é meu presente e por onde caminharmos, quero estar segurando sua mão. Ah, e apesar de parecer, esse texto não é um pedido de desculpa.