...O Mar estava bravio, aconcheguei-me... Poeta Soturno

...O Mar estava bravio, aconcheguei-me no porão do navio a espera certa para atirar-me ao mar em furiosas ondas...Cauteloso para que o plano não fosse frustrado pelo o inesperado, busquei a corda mais resistente, onde não houvesse nó e nem falha. Debrucei-me calmo sobre a proa, esperando a maior onda...Superei o medo, preparei o pulo sem volta...Estava tranquilo diante da decisão que tomara. A chuva, os trovões e relâmpagos eram meu incentivo maior. Quando o corpo preparava-se para o pulo sem volta: vi seu sorriso ofuscando a tempestade...Dessa vez senti medo. Ou desistia ou pulava mar a dentro...De repente, sua mão tocou-me carinhosamente a face dos meus desencantos...e eu, que era nesse mundo uma vencida vida, vi-me como um sol brilhante a meia noite. Joguei a corda em sentido contrário, e peguei sua mão rumo ao desconhecido...deslumbrado com sua paciência, me senti encorajado pelo seu sorriso e hoje desfruto de sua presença em alma, corpo e espírito. Sua fortaleza é meu cais onde o vento norte perde a força e renova meu viver...