Sobre ser Plano B Como todo mundo já... Sandra Ceolin

Sobre ser Plano B
Como todo mundo já sabe pelo meu post anterior, eu tenho PHD em safados. Tirei em Harvard.
E uma das atitudes bem comuns entre os homens que estão me enrolando é me colocar no Plano B. Tipo estepe, segunda opção dele, entende?
Eu odeio quando isso acontece e o pior é que muitas vezes eu nem percebo. Parei pra refletir sobre situações que costumam ocorrer comigo e, provavelmente, com muita gente.
Vamos lá.
Eu sou Plano B de alguém quando ele só me convida pra sair depois das dez da noite. Ou pior, às onze. Óbvio que isso quer dizer que o Plano A dele não rolou. Tá na cara. Só eu não percebo.
Eu sei que sou Plano B de alguém quando a pessoa acerta me ver "se der", ou quando combina um "vamos marcar algo" bem vago. Meu bem, não adianta eu ficar toda animada com a hipótese porque, na verdade, ele está me dizendo que, caso não consiga se arrumar de jeito nenhum, de jeito nenhum mesmo, aí ele me procura. Ele está me colocando no freezer. Será que eu preciso do desenho?
Eu sei que sou Plano B de alguém quando a pessoa só me convida durante a semana. Porque, pra esse tipo de homem, o final de semana serve pra sair à caça. Tá no DNA deles.
Quando ele nunca me leva em lugares badalados, só em cantinhos meio vazios eu sei que estou sendo Plano B, ou C ou D porque, obviamente, ele não quer ser visto com comigo pra não se queimar com suas mulheres Plano A.
Sabe quando ele acorda e sai correndo? Ou me dispensa logo cedo porque tem um compromisso muito importante no domingo de manhã! Ou quando está sempre inventando desculpas esfarrapadas como viagens e avós que morrem toda semana. Eles têm um arsenal de justificativas assim pra me manterem quietinha no banco reserva.
Quando um homem não me quer, não adianta eu fazer pirraça. Nem engolir conversa mole. Não adianta estar sempre disponível, inclusive maquiada. Não adianta só eu querer porque, quando não é pra ser, não será. Um Plano B nunca vai se tornar Plano A. Nem na Disney.
Muitas pessoas, homem ou mulheres costumam manter um reserva na manga. Pode ser um velho amigo apaixonado, aquela mulher que está sempre disponível e basta mandar um “Oi” no whatsapp. Tem aquele que está sempre correndo atrás e você fica dispensando com jeitinho, sem tirar as esperanças dele mas nunca bate o martelo. Uma ex que continua no seu pé e muitos outros, disponíveis pra serem segunda opção. Você vai mantendo a pessoa em banho-maria pra usar na hora do desespero.
Convenhamos, ninguém aqui é criança. Todos podemos escolher o que deixamos fazerem conosco. Se fazem isso comigo é porque eu permito. Mas fico arrasada quando percebo. Detesto ser joguete na mão de algum canalha, desse tipo de homem que tem aos montes em qualquer esquina de bar. O negócio é engolir logo o choro e partir pra outra. Tocar a minha vida e mandar o infeliz tratar da dele também.
Com meu PHD em safados, mentirosos, canalhas e cafajestes cada dia percebo tudo mais rápido.
Será que estou perdendo o coração?

#EuPrecisavaDizerIsto