Exposto a coisas extremamentes... Arthus Torres
Exposto a coisas extremamentes degradantes, pensamentos altamente corrosivos, estava nu. Dentro da minha consciência a transição que a minha vida passava os meus pensamentos também eram submetidos. Emoções embaralhadas, sentimentos à flôr da pele, olhos marejados, narinas abertas, prontas para a queda. A imponência nunca foi um desejo, tampouco aspiração, manter-se de pé já custava sacrifícios. Ser quem era, ser o que era, ser quem devia ser ultrapassava os limites de qualquer entendimento como mim mesmo ou sobre o que eu achava de mim mesmo. Ódio, amor, felicidade, raiva, desdém, fraqueza, tristeza, razão, emoção, paixão, quantos sentimentos perdidos e devassados cabiam dentro do meu corpo? Nenhum. Todos grandes demais, ou pequenos demais, extensão de uma alma dilacerada.