O que é o amor? Hoje me bateu uma... Avandelson Ferreira da Silva

O que é o amor?
Hoje me bateu uma vontade de falar de amor, pois estava ouvindo Jota Quest uma seleção de canções em uma das pastas existentes em meu netebook e uma música me chamou muito atenção, ela é intitulada de “celebração do inútil desejo” que se constitui numa história de amor que não estava dando certo. E que findou.
Ele começa questionando uma realidade. Por que você me faz andar na contra mão? Não existe sentido para a nossa falta de destino? O que ele precisa saber ou fazer para tê-la de volta?
Em uma das propostas ele argumenta: que tatuaria todas as obras de arte do mundo por um sorriso da pessoa amada. Pobre ilusão. O sentimento acabou. Não dar mais para continuar. E esse inútil desejo só reflete uma paixão que existiu, mas que acabou agora cada uma de maneira singular vai seguir a sua vida.
E em dado momento da música ele reconhece isso dizendo: “você não faz mais parte da metade de nós dois”. Pronto! Foi configurada uma certeza.
A história acabou.
O que fazer agora?
Pensei em outra canção linda da Legião Urbana: “antes da seis”, que também inicia com uma pergunta: “quem inventou o amor?”
Que pergunta difícil. É como se questionasse a nós mesmo, quem sou eu? Quem é você? Para onde vamos?
Repito de forma contundente. Quem inventou o amor?
Não sei responder, mas posso oferecer possibilidades e a partir daí vocês criam ou buscam as suas próprias definições.
Que tal a concepção Rubeniana de que o “Universo gira em torno de um jardim”. E que nesse jardim encontra-se Deus que é a prova mais viva e perpétua do amor. Outros dirão é o próprio amor.
Ou ainda o título do livro de Tolstói que diz: “onde existe amor, Deus aí está”.
Mas...
Vamos buscar outras concepções de amor que se desvinculam de Deus. Não me estranhe caro leitor.
Apenas quero lhe propor uma reflexão.
Se quiser... Pode para a sua leitura aqui mesmo.
Caso contrário, vamos continuar, pois a proposta é oferecer possibilidades. Quero distanciar dos dogmas. Não quero engaiolar o amor naquilo que outrem acha certo.
Para dar continuidade então, pensemos o amor em Nietzsche: “que só amava os livros que com essas memórias, escritas com sangue” e Guimarães Rosa “que para ser escritor era preciso conhecer a alquimia do sangue do coração humano”.
O amor em ambos irá destinar para o sangue. O mesmo sangue é que bombeia o nosso coração. Então, podemos perceber ou sentir que o coração será o lugar do amor para os dois pensadores.
Podemos pegar um fragmento de Albert Camus que definiria o amor da seguinte forma: “eternidade de um minuto que desejaríamos prolongar pelo tempo a fora”.
O que dizer do “afogado” de Gabriel García Marques que mesmo morto levou a mudança de mentalidade para a aldeia e que esse ato é ao mesmo tempo um ato de amor.
Ou o que elucida Pe. Zezinho em sua canção: “amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, viver como Jesus viveu”, imita-lo será uma prova de amor?
Entendendo também o amor na visão de Adélia Prado que poetiza assim: “aquilo que a memória ama fica eterno”. O que a sua memória ama?
Sem esquecer-se da relação complica de amor entre Agostinho e Deus cantada pela Ir. Kelly Patrícia com trechos extraídos da sua magnífica obra As confissões: “tarde te amei o beleza tão antiga e tão nova”, ou seu pensamento referente esse “Deus que é mais intimo para ele do que a própria intimidade”.
Para finalizar trago o pensamento do filósofo francês Sartre que direciona para o seu ateísmo dizendo: “não importa o que fizeram de nós, o importante mesmo é o que nós iremos fazer com o que fizeram de nós”.
Concluo com o amor próprio.
Agora vejam bem.
Crie seus próprios conceitos e definições, mas não sejam mesquinhos.

19/12/2015