Brisa Algumas pessoas chegam,... Clóvis Rosa
Brisa
Algumas pessoas chegam,
movimentam-se e não dizem por que vieram ou diz pouco;
mal comparando, é como redemoinho que,
desfeito, não é lembrado,
a não ser aqui e ali onde restam alguns fragmentos da efêmera existência.
Outras pessoas são como brisa de fim de tarde,
que tocam em nós como se estivéssemos no alto de uma montanha
a qual nos envolve totalmente.
Levados como em sonhos somos depositados na realidade,
qual realidade parece não existir.
Quando essas pessoas se vão,
a brisa fica,
não se sabendo por quanto tempo, nos envolvendo em cálidas recordações,
e sempre renovando, em nós,
o prazer de relembrar.