O olhar congelante de quem há tempos... Débora Brun
O olhar congelante de quem há tempos perdeu o coração. Talvez roubado, talvez doado, talvez devorado pelos carentes de sensibilidade. As imponentes asas negras em movimentos sincronizados deixavam mais frio o meu quarto. Encontro a paz, que não veio acompanhada da luz que imaginei. A escuridão não amedronta, você me protege. Devia estar apavorada, ao contrário, corro para os seus braços e me acho em ti. Anjo da morte, onde esteve todo esse tempo? Esperava sem me dar conta. Precisava sem nunca ter sentido falta. Fica, ou me leva contigo. Não sofrerei. O sofrimento é a vida e você minha cura.