Tatuado com açoite Passam os carros,... Allan Caetano Zanetti
Tatuado com açoite
Passam os carros, passam os anos
Uma mesma vida com outros planos
Crescimento alheio às megalópoles
Impaciente com as conversas moles
Mesma rua da infância sem crianças
Não há brinquedos, novas andanças
Habitante do arquipélago da lacuna
Que nos jornais não renderia coluna
O pessimismo é fruto da observação
Fecham-se os olhos, cai outra noite
Continua sendo perdoável ter razão
Ainda que esteja tatuado com açoite
Supera e se recolhe à sua caverna
Existe tranquilidade mesmo sazonal
Não alimenta crença na vida eterna
Otimismo deveras querer ser imortal.