Me vê uma companhia errada, por favor.... Vilmar Becker
Me vê uma companhia errada, por favor.
Quando é que estamos com as pessoas certas? Todas as vezes que coloquei minhas mãos no fogo por pessoas que considerei certas, queimei o braço todo. Me vejo ridículo no tempo em que filtrava minha companhias pelos bons modos, mas, no fundo foi ótimo; Só assim percebi que as pessoas vivem como ovos, protegidas por uma casquinha que querem mostrar, mas por dentro, são todas iguais, todas tem um lado amigável e egoísta, um lado angelical e um lado diabólico. As pessoas são cascas. Todas vulneráveis à tudo. Muitas vezes me coloco na posição de “má companhia” na visão da minha família. Talvez eu seja a companhia que eles não querem que eu ande, e isso é resultado de vivência. Tudo bem, eu não passei nem dos meus 50 anos de vivência, mas as escolhas que tomei me deixaram velho. O que é o certo nos dias de hoje? Tudo está numa balança. O certo e o errado não passam de questão de opinião, tudo é julgado pelo ângulo em que é visto. Ah, as companhias… Morro de medo de ser a melhor companhia, isso atrairia muitas pessoas, e quanto mais pessoas, mais chances de se complicar. Morro de medo de ser a pior companhia, pois isso afastaria muitos, e como uma pessoa sozinha vive? Não vive, sobrevive. A guerra interior é uma das piores que pode haver pois não há escudo para buscar, é o nosso eu contra si mesmo.
Quero fugir de qualquer tipo de guerra. Ultimamente tive guerras amorosas, familiares e interiores (essas que citei são as piores), todas elas deixam marcas que escudo nenhum é capaz de evitar. Fugindo de todas elas estou, mas fugir sozinho é se atirar pro nada. Procuro por companhias. “Garçom, me vê uma má companhia para atrasos e uma boa companhia para seguir em frente.”