Noitadas de Fazenda Era noite, e o gato,... Pedro Constantino
Noitadas de Fazenda
Era noite, e o gato, esgalgado, andava na porteira.
O homem trêmulo, despercebido, deixara cair o café
A lua graúda, digna de horizontes; de leves marés
O pampa escorregadio, brilhante, encostava-se à madeira.
O gotejar das folhas no curral deixava-o barrento
E o bezerro recém nascido estremecia-se ao frio.
O vento cortante vagava, ao som de assovios
E o pobre animal do campo, lá; Lamento!
O nevoeiro entrelaçava-se à friagem e madrugava às manhãs
As rochas do riacho, embebedadas, porém sãs!
E os arbustos – de mata molhada – ali presentes, serviam como fronteiras.
Por ali o dia passava, em singelo repouso
O Sol abrangente, mas, ora, piedoso!
E o entardecer alaranjado suavizava as retinas alheias.