Arrancou me do corpo como quem... Pedro Aquino Cunha
arrancou me do corpo
como quem despedaça flores
Tirou-me um beijo
como se quisesse me sugar
todo o desejo
de rapaz trabalhador
Fez de rimas, prosa.
Fez de mim, moleque, rapaz
Faz de todos, a cidade a cantar
Era Clarice, era Lispector
Era toda malandrice de seus olhos
a ninar
O rapaz trabalhador
Em suas curvas cair
Em seus versos, declinar
Prosas euforicas
de bafos etílicos
Feito homem
Feito rapaz
Morre o dia
Desperta Clarice
A noite é uma criança
A alegria é fugaz