POBRES CRIANÇAS Tantas caminhando sem... Rosely Andreassa
POBRES CRIANÇAS
Tantas caminhando sem rumo, sem futuro,
vítimas dos absurdos, herdeiras da ignorância.
Pequenos anjos, aparando sonhos em pás,
derramando lágrimas de ônix ,
Trabalhadores nos carvoeiros, escravos da fome,
do dinheiro..
Crianças das faces vermelhas, escravas nas olarias,
outras queimadas pelo sol, quebrando pedras, com
a alma pesada...
Anjos descalços, a vida é uma labuta na agricultura,
manejam espadas, não são de neon, ferem, cortam
o coração..
..
Pequenas meninas esquecidas na poeira do chão,
Amputadas, circuncidadas, sem vontades e opinião,
degradante tradição.
Pobres meninos aviõezinhos, o pó que carregam,
não é de pirlimpimpim,, provoca medo, anestesiados
e abandonados adormecem no relento, gelados no
cimento.
Tristes meninas, mulheres pequeninas,violentadas
e trocadas como mercadorias...
Outras tantas das faces marcadas pelo ácido da rebeldia,
confinadas escodem as cicatrizes na alma
Os pequenos desaprendem a brincar de bonecas, bolas e ,
carrinhos,
Tão pequeninos condicionam os dedinhos, apertam pequenos
botões, acionam seus brinquedinhos, ocupam o tempo, sempre
estão sozinhos, o amor de fato fica ao descaso, na mesma rotina.
Fetos cor de rosa, vivem horas contadas, sacrificadas para o azul
ser o orgulho, essencial para perpetuar a história,crueldade sem
igual. molestadas em lares de horrores.
Pobres crianças fogem das guerras que não são santas...
Empunham armas pesadas, os pipas não conseguem alcançar,
rodopiam no ar, e nas águas do mar, sentem a vida findar..
Pobres anjos sem sonhos para sonhar..
Almas pequeninas, conhecedoras da dor desde criancinhas,
são estrelas miudinhas que o céu estão a iluminar...