Revés Obscuro. Dona da beleza, que... Bruno Beranger
Revés Obscuro.
Dona da beleza, que destreza.
De tabela é dita bela por todos.
Vende flores como mendiga? Diga-me.
Como suturas a tristeza se anda por ruas escuras?
Em Londres, talvez? Bem longe quem é você? Revés...
Astuta, quem és tu quando ninguém está vendo, menina matuta?
Em busca de uns trocados se faz a noite inteira.
Maldita tua presença nestas noites rotineiras.
Nas noites se conhece, assim como a lua conhece a noite e se escurece.
Faz dupla, sempre culta, sente culpa.
Desculpas sempre são tuas, Quão certa são suas certezas sempre absolutas?
E se em noites desconhece, diz que não conhece um alguém tão culto.
Mas cultiva a mente altiva pra conhecer o oculto.
Incrível tua capacidade de descobrir, cobrir, despir, sentir, mentir.
Meu martírio,
Colírio, aos meus olhos
Coleira, para meu pescoço.
Sadraque? Mesaque? Abednego?
Abstenho-me de tudo e nego, mas pergunto.
Será que és mesa que estendo minha toalha?
Quem será que irá para a fornalha?