Aqui estou eu, mais uma vez nessa noite... Onecina Alves

Aqui estou eu, mais uma vez nessa noite gélida.
Minha respiração está ofegante e sinto uma
enorme dificuldade de inspirar o ar.
As minhas narinas já não recebem mais o comando
desse cérebro inútil.
Sim, inútil.
Sinto a total obrigação de explicar a inutilidade
dele, até porque não se pode considerar útil
essa máquina que é um depósito de lixo, de vergonha.
Quantas vezes eu vou tentar mudar?
Quantas vezes eu não vou manter um
compromisso com Deus, uma promessa?
Será que Ele tem que ter sempre a paciência ao ver minhas recaídas de repugnância?
Será que Ele está feliz comigo?
Vazio, vazio. Apenas vazio.
O meu coração está vazio.
Não existe sabedoria, não existe retidão, não existe temor.
Os dias estão passando e o Santo pacto está regredindo.
O meu corpo está degradando e o odor está causando ira a Deus.
O fim dos tempos está próximo.
O que devo fazer?
Eu preciso me erguer.
Em meu corpo existem flagelos, pedaços de carne podre.
Já não sei o que se pode aproveitar.
Sinto uma tristeza enorme.
Eu preciso de ajuda.
Não só de Deus, mas principalmente de pessoas que eu amo.
Pode haver uma mudança, mas ela depende inteiramente
da minha decisão.
Deus, tem piedade de mim, me ajuda na santificação.
Concede-me a tua graça infinita.
Eu quero uma mudança, eu preciso de uma mudança,
caso contrário eu prefiro ser extinta do que pecar contra ti Senhor.
Perdoa-me mais uma vez.

Janeiro/2010