Nunca desejei ter muito, mas nunca soube... Alexandre Santos
Nunca desejei ter muito, mas nunca soube o significado de ter o suficiente.
Assim somos nós seres humanos, insatisfeitos com o necessário, sempre querendo mais e mais ate chegar ao exagero, e hoje eu me pergunto, o que significa ter muito para muitos?
A satisfação é a simplicidade de enxergar que o pouco pode ser dividido. Que podemos fazer o nosso pouco transbordar quando multiplicado
Multiplicar sem ter que dividir convém muito mais, assim vivem os pensantes fúteis, egoístas, que em busca de prazer satisfatório são capazes de tudo.
Insatisfação é uma agonia que segue em paralelo ao caminho da felicidade inatingível, a falta de alegria não satisfaz a si, e faz com que o muito adquirido se torne escasso e vazio.
Buscar a felicidade sem escrúpulos é não poder compartilhar da alegria que nos rodeia.
Afinal o que é ser feliz?
Ter o luxo? Ostentar? Esbanjar? Mostrar que temos e os outros não?
Assim somos nós seres humanos, hipócritas, iludidos aos nossos desejos carnais. Não digo que não é bom sonhar e buscar, pelo contrario, isso faz bem. Mas que possamos perceber o propósito da vida, que não devemos fazer dos nossos sonhos o assassinato dos alheios. Saber que tudo tem um preço, e que seu pagamento não se resulte em remorso. O mundo pensa, quer e deseja a felicidade, mas quem nele busca corretamente? E por essas questões muitos são infelizes presos ao medo de não ser feliz. Assim mesmo somos, amargos, solitarios, egocêntricos: humanos.
Devemos prosseguir a jornada da vida, mesmo que ala apresente mil fatores favoráveis a nossa desistência.
É bom desanimar, mas desistir é vergonhoso. Desistir é mostrar-se incapaz.
Agradecer mais, reconhecer mais, se aceitar e se amar mais, pois amar sem amor próprio é não saber.
O conhecimento é a experiência de vida adquirida, que prova que os melhores ensinamentos não estão nos bons, mas nos maus momentos. É quando temos nosso livro com as paginas finalizadas e não temos mais tempo para regressar e recomeçar novamente com o que aprendemos.
Muito além da compreensão é não perder o principio da verdadeira alegria.
Ser alegre mesmo quando não tivermos mais dinheiro, amigos ou saúde, conscientes de que tudo que se pode,e se pede, também passa. Saber que o que não se pode hoje, poderemos não ter amanha ainda, mas que não venhamos desistir de tentar.
Ser alegre mesmo quando o ultimo bocado do alimento agora ingerido, traz a incerteza em tê-lo amanha ao mesmo tempo trazendo a perseverança e busca para ter sempre.
Ser feliz quando mão feliz.
Agradar a todos, mesmo quando todos mostrarem ingratidão.
Somos assim, certo de que somos todos irmãos, e que entre irmãos há amizade e inimizade, o sorriso e o choro, o amor e o ódio. Mas o principal não está em somente saber ter, mas pesar e atribuir quais valores são mais importantes a sua existência, para que o futuro não seja incerto, mas que seja convicto nas escolhas para que não haja arrependimento.
Podemos viver e com o tempo aprender que mesmo que amemos verdadeiramente, e esperar um reflexo disso, corremos riscos de não sermos retribuídos, mas isso traz em meio ao sofrimento da rejeição o mais puro dos caminhos para a felicidade, o amor. E a percepção de que ao manifestarmos ele em nós somos novamente capazes.