ALGAZARRA HUMANA Como sanear o mal de... Jose Renato Novaes

ALGAZARRA HUMANA
Como sanear o mal de tanta algazarra humana?
É preciso pisar os outros e triunfar semeando lágrimas?
Que importa? Tudo isto é para eles, utilitarismo.
A vida nos quer vencedores, mestres da esperteza!

Cada um há de trazer sua máscara da mentira
Ela nos é imposta; a dor é uma derrota, disfarce-a.
Quantos disfarces macabros andam assim pelo mundo?
A dor que não pode expandir-se escava sempre mais por dentro!

A grande aventura da vida está aberta para todos;
Os vencidos sofrem e morrem, pior para eles!
Eles não pesam na balança ao lado de poucos selecionados
Seleção, um atentado à vida, abala-se o edifício da evolução!

Evoluir é a mais ousada experiência da vida
Se perdermos a força, não há piedade
Não importa se a gastamos por um ideal
Não a margem de energia supérflua nessa luta!

Seguindo o bom senso, há os que recusam lançar-se nessa aventura.
Quem garante que o seu resultado valha a fadiga que custa?
Há algum homem que já experimentou o futuro?
Tudo em torno não é senão um mistério ignoto!

Poucos vencedores, multidão de vencidos, compensação
A miséria espiritual já se tornou um ingrediente natural!
Liberdade? Essa altera a ordem. Mudanças? Melhor voltar para a cocheira.
Loucura enfrentar a consumação do corpo, ele é toda a vida…?

A psicologia do involuído diz que é melhor desinteressar-se,
Para que voar quando quando não se tem nenhum desejo.
É sábio contentar-se com alegrias bem menores, seguras,
Afinal, o que fazer no enfadonho paraíso dos misticos.

Cada um tem o que lhe basta para o seu pequeno drama.
Quando a vida alcança seus fins, ela recusa novos caminhos,
O que fazer num mundo melhor? Melhor não fazer nada!
Hábito de estar curvado para a terra onde está seu pasto…!