Silêncio Poema da semana-... Luzenilda Santana do Carmo

Silêncio
Poema da semana-
Paralerepensar – 03/03/2015
Às vezes no silencio da noite... eu adoro essa música
mas estive pensando que silencio é silencio, é a tarde,
de manhã, na madrugada, nem precisa ser de noite
pro silencio ser açoite

Silêncio é necessário, me diria o poeta contrário
Mas eu digo que é doído, é bastante dolorido
Porque ainda que cercados de barulho, de algazarra e gemido,
o silencio é pessoal, até mesmo introvertido

Mergulhamos em nós mesmos divagamos no infinito
Trazemos dores distantes, juntamos com as desse instante
E nesse nosso silencio, individual contido, é que cada um
De nós, avalia o ocorrido o que valeu ter vivido

Se a infância foi sofrida, não queremos nem lembrar
Mas às vezes o silencio nos obriga a recordar
Pulamos pra adolescência pra ver se é bom relembrar
Nem sempre ela vale a pena, mas é a melhor pra guardar

Nela somos destemidos, orgulhosos, atrevidos
Desaforo nem pensar, ai de quem desafiar
Até os pais tem sua cota, se merecem, não importa
Só queremos “é causar”, ninguém vai nos segurar

Mas a segurança passa, como tudo nessa vida
Porque a maturidade traz responsabilidade
O amor tão almejado vem fazendo machucado
Dos amigos tão queridos restam poucos merecidos

Nas contas se acumulam, dos sonhos deixam saudade
O que fica é o pesadelo da amarga sociedade
Cada um está por si não adianta pedir, nem dinheiro
Nem carinho, nem um pouco de conversa, todo mundo
Tá com pressa

Mudamos de posição, e os filhos nossa razão
e aquela imposição antes sempre rejeitada
Vira agora uma lição, pro filho ou filha amada

e a gente então descobre que a vida é pra valer,
que nem tudo nela é justo é um cai levanta e vai,
e um tal levanta e cai, e só o forte sobressai

Às vezes por um segundo, um minuto ou algo mais
Pensamos em desistir em terminar tudo agora, recomeçar
Noutra hora, noutro dia, noutra vida, cicatrizar a ferida
Porque nessa, a dor sentida, não vai embora não sai


Mas espere anoitecer, se for cedo o entardecer, se for noite o
amanhecer deixe a noite te envolver você veio de tão longe
Não se deixe esmorecer, não vai desistir agora, toda bonança tem hora

Tem pedra sim no caminho, tem buraco pelo chão, não é fácil mesmo não
Mas você vai conseguir, antes de se decidir, procure ao seu redor
Mas olha bem direitinho, procura devagarzinho, vasculha mais um pouquinho
Você nem tem pressa mesmo, vai acabar tudo agora dá uma chance pra mim - ora!

Às vezes não é ninguém que te conhece a fundo, é apenas outro alguém
Perdido também no mundo, não sei se eu posso ajudar, mas pode me procurar
Senão me ajuda então, - segura na minha mão, porque eu também vou viver
Vou confiar que você vai buscar outro caminho... não vai me deixar sozinho.