Do desejo ao ser sentido e do medo ao... Aleff Lavoisier
Do desejo ao ser sentido
e do medo ao sem sentido
Por: Aleff Lavoisier
Relampejos desgrenhados
à beira de seus amassos.
Centelha acesa nas noturnas
doses solitárias.
Consulto o oráculo
e por intermédio divino
cato os vestígios minúsculos
dos gestos que te satisfazem.
Compactuo sem reservas
me sento em rodas
faço rezas,
rituais,
do bem e do mal.
Deuses pagãos
espíritos de luz
orientação.
Pranteio
Lacrimejo sobre as pedras caídas
em meus pés que um dia
foi algo que bateu forte
em meu peito por você.
Procuro o antidoto
pra que ele me cure
do medo não sei de que.
Sobressaio mais na dor
que no fulgor.
Na fúria em minh'alma
e no olho do furacão,
viajo bruscamente
do amor para o longe de ti.
E na distância
desejo ser calmaria...
pra na tua companhia
eu ver raiar o dia
aquecendo a cama fria.
Ser chama acesa
e não apagar
até que te queime.
Provar do mel abaixo
da sua cintura
e enlouquecer-te
da cabeça aos pés.
Fazer-te experimentar
do céu e o inferno
na mesma proporção.
Pra saber que és a lenha
e eu sou a chama.
Deixa eu te acender
novamente
Como se fosse o ultimo
sobre a face da terra
e te arrancar suspiros frenéticos.
Despir teu corpo sedutor
te devorar com os olhos
te morder com carinho
te sugar e fazer sentir
o calor dos meus lábios
e com eles tocar o teu
e deslizar até os países baixos.
Mas lembra-te de mim...
depois de aceso
acende-me,
e queimaremos até
o café da manhã.