A vida pregressa amorosa não é prova... Arcise Câmara

A vida pregressa amorosa não é prova confiável de nada

Desafios cotidianos diários, conflito de interesses, eu gostava dele mais facilmente se ele acatasse minhas sugestões massageando assim meu comportamento carente ou grudento.
Tenho limitações e deficiências, coisas sem sentido em nome do amor, trato de assuntos importantes com muito sofrimento e crises humanas, gosto de fazer o trabalho andar para o meu bem.
O Amor é a delícia das delícias, eu acho que você não respeito sua opinião sobre um monte de coisas que não combina com a minha, eu acho que deveria ter uma reação mais contida, eu acho que seus amigos fazem seu coração vibrar.
Sinto pressão para casar com ele, mas ele foi um safado a vida toda, ele não respeitou infinitas mulheres, ele já se divorciou três vezes, é difícil não me incomodar com seu jeito de ser e como ele foi no passado.
Nenhum amor nos faz poderosos para mudar o outro, sei que não mudarei, mas ele se apresenta hoje de outra forma, mas seu passado me faz agir de forma insegura e imatura, eu sei que a vida tem suas surpresas, às vezes me sinto deslocada ao lado dele, parece que somos de mundos distantes, outras vezes me defendo tentando minimizar os riscos para não amar verdadeiramente.
Tenho habilidade de debater e argumentar e fiz isso quando vi algumas fotos comprometedoras, ele se saiu muito bem, disse que era passado e que eu conhecia o seu passado escuro.
Descubro algo pessoal sobre ele na primeira conversa, ele já sofreu por amor, já fizeram canalhices com ele e por causa disso ele igualou para pior todas as mulheres que eu superestimo.
Fiquei enlouquecida, cheia de transtornos comportamentais e tornei-me passiva e contida. Em um mundo ideal, poderíamos ir a qualquer lugar e fazer qualquer coisa, mas eu tinha medo dele se apaixonar perdidamente, tinha medo que ele se arrependesse de ter maltratado alguma ex, tinha medo de não ser boa o suficiente para segurá-lo.
Você vai ter a vida que quiser ele me dizia me dando total liberdade para eu ser eu mesma, eu vivia contando os dias para casar, ter filhos, falar abertamente para todo mundo que eu tinha uma família cheia de sentimentos e sem problemas.
Eu ficava chateada por ainda não conhecer os pais dele, talvez eu seja de outro tempo, eu vivia tentando me interligar a ele mesmo que a medicina fosse algo chato para conversar.
Colocava na minha cabeça que coisas acontecem quando têm de acontecer e o passado não interessava mais, o que importava era o momento presente e as escolhas de hoje.
A conversa descamba para revelações íntimas e eu não gosto de escutar muitas coisas que ele me diz sem eu perguntar, coisas que eu não gostaria de saber, sei que não foi culpa dele ele só queria um laço de sinceridade entre nós.
A importância da lealdade e do amor é o ensaio do felizes para sempre e nessa hora entendi o quanto fui intolerante ou criança em não perceber o quanto o passado dele não me deixava viver o nosso presente.