Exagerado ou Comedido, Verdadeiro ou... Lucas Otavio Peres

Exagerado ou Comedido, Verdadeiro ou Falso? Prefiro Borboletas
Parafraseando Mariana Lobo, em Prefira Borboletas, “Eu sou uma menino. Eu exagero. Eu brigo. Eu subestimo. Eu penso sobre tudo. Eu sonho alto. E quando eu digo que (...) amo, eu não estou mentindo.”
Enquanto todo mundo prefere o equilíbrio, eu prefiro encarecer, ampliar, ultrapassar o socialmente necessário.
Nunca fui como todo mundo. Nem melhor, nem pior, apenas diferente.
Prudente, moderado, sóbrio, discreto, controlado, contido, ponderado, reservado; nenhuma dessas palavras combina com meu Eu. Admiro quem seja assim, mas lamento quem esteja assim.
Pode parecer um paradoxo, que se desfaz quando se aprende a diferença entre o ser e o estar, entende que suas palavras, suas ações podem indicar um estado transitório, passageiro, apenas depende dele a escolha, a busca pelo melhor caminho a seguir.
Ser remete a um estado intrínseco do indivíduo. Estar, ao padecimento de alteração, onde as convenções sociais alteram sua psique, sua individualidade e suas relações sociais.
O Colorido pode ser um exagero para quem aceita um mundo preto e branco; a adrenalina, para quem prefere a calmaria; o sonho, para quem tem sempre o pé no chão.
Prefiro ser como Dumont, quando sonhou com o avião. Como Thomas Edison, que não se conformou com a escuridão. Como Shakespeare, que não se conformou em conter a paixão.
O equilíbrio é essencial, mas não me satisfaz.
Prefiro ser essa metamorfose ambulante, a ser uma alma contida pelos preceitos sociais.
Posso me arrepender no segundo seguinte de berrar. Mas não carrego comigo o peso de me calar, de me conter, pelo que vão dizer.
Se eu nunca mais vou respirar, se eu posso até morrer de fome, ser tudo ou nunca mais, isso só eu posso sentir e dizer.
Choro Rios de lágrimas, Ligo Um milhão de vezes, Morro de Rir, Espero a Séculos.
Sim, um “hiperbolado”. Antes um exagerado verdadeiro do que um comedido frustrado.
Eu prefiro borboletas!