A tinta na caneta pode promover uma... Katiana Santiago
A tinta na caneta pode promover uma catarse. Na delicadeza de um papel inserimos nossas miragens.
Manhã ou tarde escrevemos devaneios, abstrações e utopias.
É pela escrita das palavras que a angustia se enfraquece, e pelo fio da taquicardia se fortalece. E no mover dos laços há tantos ”enlaços”que se tecem.
Há segredos que adentrarão a hora tardia. E é no encontro desse espelho que todos os fantasmas interagem, na busca de uma linguagem morna, quente ou fria.
As palavras quando só pensadas ficam desassossegadas, são inquietas sementes, escritas, exorcizam a alma da gente. E ao rasgarmos o tecido de nós mesmos, destravamos os "nós" do medo, escondidos nos labirintos do esquecimento.
E é permanecendo como réu do próprio isolamento que tecemos , no acolho e no recolho, na licença que se faz, de uma falta a sustentar, desenrolamos o nosso próprio pilar de contentamento. Escrevendo, escrevendo, escrevendo…
E ao rasgar a cortina, viés das palavras, mergulho na maré calma, envolto na própria nascente, há um renascimento "plangente". Urgente forma de encantamento! Palavras nos carregam se nos deixarmos atravessar, eis a forma singular, rio mar afora desce, escreve!
Rio fluente, “catarse nascente”...
Katiana Santiago