Politizando a existência poetificar a... jbcampos
politizando a existência
poetificar a vida é pontificar a razão,
profetizar o amor é viver com paixão,
compaixão duma vaidosa visão,
estar absorto na própria demência.
somente pedindo a Deus compaixão,
quiçá, despreze essa multidão ignóbil,
ou seria a inocência de um povo nobre,
o qual vota no mesmo ladrão dos pobres.
é aluvião, ilusão de febril dependência.
misto de bem e mal, intimidação total.
situação boçal, amor, paixão - amoral.
vida atrevida à direção pela qual vai.
juiz condenado pelo seu vil pecado
a julgar outro jurista lá no Senado.
hipócritas, coitados, seres banais
acoitados em leis deformadas,
por eles mesmos mal criadas.
leis malcriadas e forjadas
pelas suas indecências.
magistrados, políticos de mentes
paralíticas, roubadores dementes,
inutilizados, parasitas, apócrifos
dum sistema a impedir o senso,
sensores de tocaia em suas tocas
togados a favor da troca de favores.
roedores de esgotos, cauterizados.
esses doutores não têm nem pavores,
dormem tranquilos em seus estertores.
pois, não sentem mais dores.
na realidade de horrores:
não sentem mais nada.
mentes privadas
patentes,
mentes
estouvadas,
que mentem.
não há quem
mais aguente
esse fétido cheiro
de enxofre danado.
porém, isso fica patente:
é só puxar as descargas
dessas privadas
ambulantes.
ouça
seus
risos
contentes
e gritantes,
dentes
alvejados,
risadas
rasgadas
ultrajantes,
pobres coitados...
e os pobres de frente
pelas costas alvejados...
se for honesto, excelência;
não deve se preocupar
com essa indecência...
o que pode acontecer
é simplesmente
nada acontecer.
o sistema é esse,
pare de padecer,
desça do pedestal
e venha na humildade
viver, deixando de ser o tal...
jamais se esqueça que a maior
dor é a da própria consciência fatal...
e a glória
do poder,
do dinheiro
a qual faz fronha
ao vosso travesseiro,
enfronhado em mal cheiro
à travesseiro travesso
usado pelo avesso...
jbcampos