Um prédio e uma sacada, no décimo... Maiara Pietra Tomaz

Um prédio e uma sacada, no décimo andar, era lá onde eu a vi, é lá onde ela esta, não a conheço e nem sei ao seu nome. Policiais, bombeiros todos ali estavam, tentando a salvar, uma moça tão nova tentando se matar, um dizia ali, outro gritava lá, “não se joga moça, a vida é difícil mas vale apena lutar”. A chuva a cair, e seus pés a molhar, se tornando mais difícil se equilibrar. A tensão lá em baixo, e o desespero lá em cima. Os pais, a família, os vizinhos, os poucos amigos, todos a chorar. Moça frágil e ao mesmo tempo forte de tanto suportar, os problemas subiram a cabeça e a sociedade a julgar. Seus caminhos marcados em ruas, bairros, com lagrimas nos olhos não encontrava a solução, seu desespero era maior do que sua vontade de continuar. Se perguntava se havia um lugar. E voltamos ao começo daquela sacada, eu já não podia mais suportar, estava agoniado, desesperado por quem a amava, e decidi ajudar. Entrei no prédio, para o meu desespero os elevadores parados, nem um subia e muito menos descia, corri para a esquerda e peguei as escadas, não me importava em subir dez andares, só queria salva-la. E então eu fui ao encontro dela, da porta eu a vi. Com seus cabelos negros compridos e pele branca como a neve, molhada com a chuva, e seus choros de despedida. Fui correndo para segura-la, mas quando me aproximei da sacada ela…