O Jogo da velha Era manhã ensolarada, a... Júnior João

O Jogo da velha

Era manhã ensolarada , a placa dizendo que o prêmio era de milhões acumulado piscava, e, o aglomerado de pessoas se formava na fila.
Olhei e lá estava uma velha senhora, não tinha quase nada, apenas uma bengala, uma sacola gasta pelo tempo, um óculos colado com fita isolante e um papel amassado com alguns números escritos; na certeza oitenta primaveras já tinha presenciado e da vida dizia que sabia apenas que a primavera passava bem rápido, mas que logo ela voltava com novas flores.
Dizia que sempre acreditou que podia ganhar a qualquer momento na loteria, desde que jogasse sempre , então assim o fazia todos os dias. Pensava que ganhando seria uma boa sensação, acreditava que as pessoas a respeitariam mais e que poderia ajudar a quem quisesse. Fazia a " fezinha" incansavelmente, se sentia segura e com sorte, assim cria que podia ser contemplada com o prêmio mesmo que não fosse possível aproveitá-lo por inteiro em seu restante de vida, mas, talvez o prêmio nunca viesse, mesmo assim ela apostava. Vi em seus olhos cansados rugas e um brilho de uma vontade enorme de ganhar aquele jogo.
A esperança era a aposta e a loteria era a vida e o jogo da velha estava feito, mesmo mudando os números a cada jogo, ela nunca deixou de acreditar.