DIZEI-ME Dizei-me como afogo essa... Willas Fernandes

DIZEI-ME

Dizei-me como afogo essa doença
Essa dor que não cala,
Como ferramenta imperfeita
Que até o ser menos racial se depara

Dizei-me em pensamentos, em escritos, em retratos e artefatos
Dezei-me em curvas linhas incertas
de versos profanos ou o inverso do verso.

Em sussurro
e no mais sã amargo sabor
Em língua áspera, crespa
Da dor lida. (Sentirdor)

Dizei-me...
De fuga em corrida incessante
Das dobras de labirintos de desencontros
Da certeza de incertezas que espera não ter

Nas Mil vidas de amor,
Em mil e um pecados sem perdão
Nas cem feridas que só ferem
Em cem ou sem escolha de opção?

Um vazio deste vácuo autor
De pálpebras tristonhas e sem som
Vaga este rio do sofredor
Que padece neste chão

E quando em outroras
Ouvir minha solene trombeta do sofrer
Desça sob nós, aqui cantando
Que em flor e espinho pus-me a lhe dizer

Guarda este versos que escrevi chorando
Como alívio a minha doce saudades
E relembre dos momentos findos que passamos juntos
De meu sorriso e da feroz realidade.

Sinta estes ares em ti,
como em mim há sempre de ser
A felicidade que passamos juntos
Aquelas que nunca hei de esquecer

E quando chegares a ti
Meus.inquietos versos de dor
Beija-os em alma e espírito
Que pre-escrevi quando você me deixou

A saudades...
O sentimento que conforta a dor
A lembrança que acalenta a tempestade
Faz dos olhos o suporte de abrigo
De dor da perda calada
Que hoje prevalece
no meu leito sem cor.

Willas. 02.12.15