EM CADA RUÍNA Em cada ruína já tecida... Willas Fernandes
EM CADA RUÍNA
Em cada ruína já tecida
Um garotinho sem um trocado fizera parecer
Que costumava andar sem rumo e descalço
Para da terra se sentir vivo. Dela crescer
Foram vários espinhos Que o furaram
E vários cortes que sangrou
Dos solos ruins e os bem cuidados
Que aquele menino já pisou
Não se cansa nem descansa
De trilhar este rio de eixos
Mesmo sabendo que irá se ferir
No mar das incertezas de enfermos
E quando não menos, em cada sã relance de ruínas
Que vaga, sonda e prevalece
O garoto descalço que não conhece
Abraça o mundo que o entristece
Volta e meia o tempo que enfraquece
A força de ventos fortes que devastam
As dores não são ilusões que aqui padecem
Deste rio de descompassos.
Feito um psicólogo, um livro fechado.
A barca do Porto, ou o ubar que vem e vai
Vivo este momento de menino, um desdém
Um fim de outono que não me satisfaz.