CONVERSANDO SOBRE DEMOCRACIA, TEXTOS,... ERI ARAUJO

CONVERSANDO SOBRE DEMOCRACIA, TEXTOS, ELEIÇÕES, golpes, impeachment ...
Folheando um texto de Nestor Duarte, em seu livro A Ordem Privada e a Organização Política Nacional( 1939), encontro relatos atualíssimos como se fossem escritos hoje. Num trecho primeiro, ele, relatando os traços culturais do país e os avanços democráticos, afirma que o Estado era fraco, apesar do governo ser forte, e que o poder sempre ficava nas mãos das grandes oligarquias.
Não precisamos voltar tanto no tempo para confirmar os avanços e conquistas democráticas alcançadas pelo Brasil. Para confirmar isso, é só olharmos o modo de vida nas grandes cidades brasileiras e da quase igualdade, se comparada com outras sociedades industrializadas de primeiro mundo. Mas o que dizer da outra parte da população que reside na zona rural e periferias?
Essa dualidade vivida no Brasil é bem focada e exemplificada por Marco Aurélio Nogueira: " Nas grandes cidade as duas situações convivem..." - E completa: " Gente que mora em condomínios luxuosos e gente que mora debaixo de viadutos". Outro fator destacado por ele é a consolidação da democracia brasileira através da regularidade das eleições realizadas e das consequentes posses dos seus eleitos. Com direitos garantidos pelo voto popular, para o exercício do cargo, até o término de seu mandato.
Voltando ao início. - Há de se ter cuidado com textos otimistas como esses. Reconhecemos os avanços, mas alguns males ainda continuam, principalmente na política; como compra de votos, conchavos de partidos, oportunos temas engavetados e pautas mudadas à revelia da sua importância. Afinal, vale à pena dá uma olhadinha na nossa história e reconhecer as mudanças políticas acontecidas por aqui.
Quando o Brasil muda e destrona o Império com o brado "Independência ou morte!", o Sistema assume uma nova postura na estrutura e na organização do poder centralizado. Porém, pasmem: - Os que estavam no poder no Império, continuam dominando na República.
O Legislador à defesa da honra, bifurca o foco,ao direito se evoca o interpretativo doutrinário, o absoluto garantido se dobra ao relativismo do momento, e a República anêmica, desnutrida cai nas graças e asneiras dos falastrões (legisladores?)ansiosos pelo poder da influência. Medito: “Impedimentos”, “reformas”, “engavetamento”, “atos ilícitos” “livrar a própria pele”, golpe”... Mas de onde vem mesmo o próximo “Messias”? Alemanha, França. Ásia, América Central? Imparcialidade podre?( qual a parte da laranja ainda não estragou?) Graças ao céus temos a “imparcialidade jurídica”: Gilmar Mendes(STF) ao se referir ao pretenso pedido de visto do caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff, desabafa triunfante: "Não acredito que haverá esse pedido de vista, todos percebem que há uma necessidade desse tema ser encaminhado",Tal reflexão vem despertar nossa preguiçosa mente política ao ler a frase triunfalista escrita em nossa Bandeira Nacional : " Ordem e Progresso" - Pois é, todo o progresso é louvado e aceito - porém , espera-se que ele caminhe de acordo com a "ordem" de quem está no poder.
Pois bem Democracia...