"Sempre fui tão acostumada a... Andressa Badin Castro e...

"Sempre fui tão acostumada a carregar tantas coisas sozinhas, cuidar das pessoas, me preocupar somente com os outros, que para mim é estranho imaginar que alguém queira me dar á mão e me ajudar passar por essa fase difícil, que alguém de verdade queira me apoiar, e verdadeiramente se preocupa com a situação do meu coração. Mas acho que é chegada a minha hora de ser cuidada – não sou cem por cento forte e muito menos consigo carregar o mundo sozinha nas costas.
Também quero ser abraçada, ser colocada no colo. Ser protegida e sentir que não estou sozinha, que não estou apenas por conta própria. Quero ser amparada e hoje aceito ser. Sem orgulho, sem desculpas. Permito-me receber ajuda da mesma forma em que ajudei por tantas vezes de forma altruísta. A vida é feita de troca de afeto, de empatia, de solidariedade, de demonstrar sentimentos a quem confiamos. Acumular pesos é uma autodestruição que não mereço e nem quero compactuar.
Não quero adoecer diante das minhas aflições, pois mesmo que eu seja forte quase o tempo todo, não o sou, ninguém o é, tão autossuficiente para que não possa fraquejar em alguns momentos. Aceito minhas limitações, aceito que quem não esteja envolvido nos meus problemas talvez tenha mais discernimento para me orientar, abrir meus olhos e assim, ao meu lado, buscar soluções. Aceito que mereço ser amada, tanto quanto eu amo. E o amar só existe se tiver liberdade para ser quem eu sou, verdadeiramente humana: uma fortaleza, mas que assume também suas fragilidades, sem medo."