É preciso abrir as cortinas, tirar o... Gil Buena
É preciso abrir as cortinas, tirar o pó, limpar o chão, trocar os lençóis, reorganizar a posição dos móveis, modificar o ambiente. É preciso vestir-me de sorrisos, olhar adiante, abraçar os meus outros próprios sentimentos, criar asas e voar. É preciso existir e ser além do que possa se ver; me refazer, me reconstruir do que ainda resta de mim. É preciso abrir os olhos e saber que fechados é melhor para acalentar, para me libertar. É preciso tocar na ferida, estancar o sangue e respeitar as cicatrizes indissolúveis, mas já indolores. Pois, é preciso curar as fantasias, acordar sem tua presença e ausentar-me do sentir. Porque é preciso eu me ver indo embora de ti.