A compaixão e seus deveres. Lá estava... Rubis
A compaixão e seus deveres.
Lá estava ela, sozinha, oprimida e afastada no canto da sala. A Felicidade e o Realismo pareciam conversar pacificamente, aliás, apesar de todos sempre colocarem um contra o outro; sempre foram bons amigos.
A Tristeza se lamentava melancolicamente com a Raiva, que a todo momento lançava olhares maliciosos para a Ira.
A compaixão - apesar de ser proclamada constantemente - sempre esteve sozinha. Ate mesmo a solidão que lhe prometia companhia, estava desabando-se com o amor.
" Eles não precisam de mim " Então, a compaixão se levantou, e saiu pela porta da frente.
Na ausência da compaixão, precisavam de mais um membro para preencher o seu cargo. Através de um teste seletivo, o Egoísmo se saiu muito bem e na frente de todos, ele conseguiu o que queria.
O Egoísmo adentrou com um olhar desafiador, e todos o olharam com admiração. Egoísmo foi recebido muito bem!
Lá na janela próximo a saída, estava a Compaixão, com as malas em mãos e triste. Por que? Talvez, pelo fato de que quando ela chegou, a única pessoa que a recebeu... foi a Morte.
A Morte não estava em seu local de trabalho, ela não devia estar ali. Mas mesmo assim, ela visitava a Compaixão, dizendo: " Eu levarei a todos, mas eu não levarei você." E nesse momento, Compaixão abalou-se e arregalou os olhos bem confusa e perguntou rapidamente " Por que não me levarás, Morte? é seu trabalho!" Nesse momento, Morte riu francamente como se Compaixão fosse uma ingênua que não havia percebido algo. Morte calou-se e levantou a voz, mas se Compaixão soubesse que seria a ultima conversa das duas.... ela teria agradecido.
" Compaixão, não entende? Você já esta morta a muito tempo."