PESADELO DE VERÃO Deitei, pra aguardar... Norma Baker

PESADELO DE VERÃO

Deitei, pra aguardar o sono...
Mergulhei num único ato de fato
As margens da paixão quente e finita
As vidraças ficaram embaçadas te aguardando
Tanto que te busquei e esperei...

Vinhos e queijos à meditações ficaram se aquecendo na lareira…
Minhas silabas etílicas buscam vírgulas sóbrias

Trouxeram muitas interrogações enquanto a tua espera fiquei,
Ou tu ...ou fui eu quem as trouxe,
Ah ... Que diferença faz quem e quando....

Se te amo e me amas? Palavras... Soltas no ar não nada provam, nada solidificam

Realizemos algo de concreto então para a veracidade vir a tona... As evidencia do amor!

Será que conhecemos o amor?
Eis a questão? Depois de tantos amores teus..... Pode até ser que saibas ser seu o amor ...

Mas eu ? Que sei eu de Amor?
Vez que de um único amor até hoje provei...
E tu me exclamavas com reticências
Reticências tem muito a dizer ...ah e como tem....

Quando voltarei a estar entre vírgulas aguardando teu vulto?
Responda- me sinceramente, meu amor platônico...

Se eu amargamente disser não o amo ... Pois me equivoquei...!
O que vais tu fazer?

Busquei entender meus erros de mulher ingrata que sou
Fui ríspida quando me beijavas entre versos, rimas e normas...

Nunca sequer soube ser eu volátil...
Fui tola quando te voltei às costas e lacrei a porta de nosso relacionamento!
Quando voltarei?
Não sei!

Os desejos foram mais eficazes e qualificados que me derrubaram em torturas

Torturas e migalhas , não aceito,
são lembranças que jogamos aos ralos sociais!

Sai em busca de respostas em meio ao caos ....por uma e nefasta razão

Não via mais a esperança, nem a sombras dos espetáculos que roteiramos juntos…
Menos um dia
Menos uma esperança…

Ao meu coração, com pequenas caçoadas debulhas meu infinito amor misericordioso.
Não é real, e nem irreal o que tem que ser

Poderíamos usufruir as pétalas dos girassóis de Van Gogh
Aos riscos cúbicos de Pablo Picasso

Riscar e arriscar em telas teu corpo, e me enaltecer de tinta rubra
E de epiderme lúgubre…

Esfinge ao meu olhar serás…sempre à uma imagem egípcia de um lobo e não leônico , Relaxado a cabeça de um falcão ou de uma pessoa, presente tanto na mitologia grega, quanto na arquitetura iônica

Na minha ousadia de ser apenas quem amaldiçoa o ódio dos ímpares…

Dos descasados rebeldes…e mau humorados
Dos lugarejos apaixonados e baldios…
De um piano Bethovenissimo e sincero!

Há rumores que já te viram em cais alheios
Há rumos que velejastes e ficastes à deriva…
Vivo a naufragar no bulício das avenidas cariocas em época de Carnavais...

Acordo nas ruas perplexas do teu mundo
Não posso mais esperar que a tua esperança chegue até este ser varrido de volúpia...

As ruas acordam com meus passos
Para que esperar então?
Se tudo que me deixastes,
foi um punhado de sonhos bordados de ilusões!

Suada e assustada...
Despertei ...sem ar
Parecia tão real...
Outro pesadelo.....então...
Nossa... 9:00 horas
Perdi a Hora
Culpa do Horário de Verão!