Olhando em volta percebe se que não... Kléuton Barros
Olhando em volta percebe se que não somos mais nós, mas sim eu e ele. Eu, quando for pra me beneficiar. Ele, quando for pra condenar. Defensores de si mesmo, caminhamos ao ponto mais alto do nosso orgulho, sombreados por soberbas, dispersos pela correnteza da falta de amor. A certeza na condenação traz muitas das vezes a incerteza de que temos algo dentro de nós, chamado coração. Talvez o fato de termos só um, cria em nós a ideia de que não temos que compartilhar, ao ponto de não enxergarmos o próximo. Sem compaixão, sem graça, sem misericórdia, um sorriso falso disfarça. Exalamos vingança em massa, quando na verdade deveríamos amar de graça. Mais uma vez, olhos voltados pra mim, mas dessa vez pra perceber o quão miserável sou. Sinto que me falta algo pra mudar, algo há fazer para melhorar. Alguém mais pra abraçar, pra compreender, alguém pra no lugar dela me posicionar.