Rejeição de forma nova, pensei que já... dispersa
Rejeição de forma nova, pensei que já a conhecesse de maneira suficiente
Disseram-me palavras tão aveludadas no início, me motivaram
Que pensei que meu coração estaria finalmente reconfortado
Pobre coração iludido!
Não teve sequer a chance de ser escutado, conhecido, apreciado
Tentei num impulso desesperado mostrar que estava presente
Gritando um sentimento que prosseguia crescente
Uma palavra muda tudo
E de ingênua e inocente me torno ré confessa
Sem chance de defesa!
O pre conhecimento que era terno e ao mesmo tempo quente
Se transformou em pre julgamento
E ainda disseram-me que as pessoas andam muito individualistas
Esquecem-se de se incluir nesta frase
O teto era de vidro e a pedra foi atirada
E eu que pensei que podia entregar meus pensamentos e coração
A alguém que enxerga cem por cento somente sua razão
Gostar só do que se quer ouvir é tarefa fácil
Quero ver aceitar o próximo como de fato ele o é
Praticar a caridade com o patinho feio, a ovelha negra
Augusto já havia nos alertado
O amor é ingrato
“A mão que afaga é a mesma que apedreja”
A esperança está morta
Preciso me acostumar com o novo tempo
Me armar contra ele
Que este episódio enfim
Do que nem aconteceu e chegou ao seu fim
Venha me servir como uma árdua lição
Da próxima vez, as belas palavras não mais me comoverão
Na mesma proporção, vou trancar meu coração
Para que não o dilacerem mais
E que o equilíbrio se crie em mim
Com a ponderação das palavras que não tive
Sempre me entreguei fácil demais
E agora só me resta o pagamento da sentença
Que venha a carceragem
Já me acostumei às condenações.
Na cela por fim
Vou apagar os traços que criei
De nossa história imaginária
Eu tinha tanto a te oferecer
E tão pouco a te pedir
Mas você é o ”mestre” da razão
E mesmo sem pecar,
No seu julgamento não tive perdão.
Que as novas tecnologias apresentem a máquina do esquecimento
Ou então que as forças do universo levem este sentimento para longe
E que ele nunca mais se impere em minha alma
O mal do século é a solidão.