Baldeação ou a ação de passar Eis a... Sinézio Albuquerque
Baldeação ou a ação de passar
Eis a multidão que sigo ou a multidão que me persegue. Caras, cotidiano indiferente com o outro ao lado. Uma PlayList furreca tocando. Me lembra o tempo do picadeiro, lona, cadeiras, e a vontade de de assistir o que a minha mãe nunca deixou. Mas nada disso é sobre minha mãe. Já falei várias vezes para o meu terapeuta. Subo as escadas, nádegas, várias, de todos os tipos. Algumas eu foco e várias desfoco. Passou um agora cheirando a merda. O que faz uma pessoa a sete da manhã sair de casa fedendo a merda. Cruzo com a multidão do sentido oposto, alguns correm, vários correm. Outros seguem a olhar as coisas no chão, ou nada vejo. Penso o que faz uma pessoa seguir andando olhando para o chão. Normal? Mas o que seria o normal? Para muitos eu não sou normal por ser Gay. E eu vejo que ser Hétero não é o ser normal, mas o padrão. De qualquer processo. O elemento base para a criatividade. E o metrô que não chega. A multidão cresce, parece que a cada segundo que passa as pessoas ficam mais ansiosas para o que vem. Um vagão vazio ou uma vida cheia.
Chegou. Conseguir sentar e a música riponga continua ao pé do ouvido, porque continuo e insisto com essas músicas para começar o dia. Terça, me leva um dia que é sequência, sabe relação saturada que não anda? Entendo de terça - feira. Ninguém quis mudar o mundo em uma terça. Cheguei. Ufa. Seguimos. Fui.