Ao meu jeito… Meu amor, vou aprender a... Sheila Miquidade
Ao meu jeito…
Meu amor, vou aprender a esquecer-te, é urgente, mas vou fazer devagar para sentir o cheiro do teu corpo na despedida, para sentir os teus doces lábios a queimarem-me por dentro, para deixar sangrar a dor, para que não haja doador universal que faça ressuscitar este amor que é lindo mas que morre porque não somos fortes para lutar e isso é triste! Este nosso amor de montanha russa, de disco voador, não se aguenta por falta de alimento, ele mingua e se definha dia-a-dia. Amor, a minha dor é africana, é faminta, por isso não me atrevo a sacia-la de uma só vez, porque não quero que ela morra de congestão de amor, desse falso preenchimento, desse saciando-se em não se saciar, prefiro que ela se vá devagar, do meu jeito, ao meu tempo, que ela se prenda a mim visceralmente, pois Amor ter-te é urgente, mesmo que insistas morrer em mim, sempre poderás nos resgatar, porque bebo da tua boca o soro da vida.
In Sheila, 10 de agosto de 2015