Entorpece no sono flamejante folhas... Denis Santana
Entorpece no sono flamejante
folhas secas viram carvão
mato queima, fumaça chiante
errei, mas peço perdão
Queixo trêmulo e soluçante
imploram por mera absolvição
nesta escravidão sou reinante
tenho em mente uma bifurcação
Dum amor fui resignante
como pássaro num alçapão
perdido, animal rastejante
me prendes negando decisão
Águia sábia de ataque farsante
tu és bela mas ages como camaleão
viajando pela flora verdejante
passeia enganando a paixão
Estreante dum caminho estrelante
não preciso de prova e certidão
és uma louca diva alucinante
brincando de colecionar coração
Sigo aqui quieto e zelante
apostando num cavalo azarão
sentimento cruel e tratante
que exala pura descompaixão.
(Resignante - Denis Santana - 2015)