O paciente que chega ali, à frente do... Dr. Robson Gomes
O paciente que chega ali, à frente
do médico, é um somatório: dor,
ansiedade, sofrimento, expectativas,
angústias... É um livro complexo,
que precisa ser lido com cautela e
na linguagem correta, sem ser
tendencioso, mas incisivo. Em última
análise, busca o alívio e não
necessariamente a cura, busca uma
resposta, mesmo que não definitiva
ou aquela que queria ouvir...
Cabe ao médico ter um olhar atento,
saber escutar mais e falar menos,
perguntar de forma seletiva,
examinar e examinar, como um
cientista que faz uma pesquisa para
comprovar uma suspeita. Isso, na
realidade em que vivemos, pode
ocorrer em diversos e adversos
ambientes: a fila lá fora está grande,
trata-se de uma emergência, o
sistema não ajuda, o exame não
existe...
Enfim, essa relação é complexa (por
mais simples que o caso possa
parecer), porque envolve dois seres
humanos: um em busca de respostas
e de alívio, o outro ansioso para
consegui-las, mas limitado. E a pior
das limitações, amigos, é o sistema.
O médico sabe qual caminho trilhar,
mas o paciente nem sempre tem a
sorte de ter nascido no lugar certo.
Que persista, ainda assim, a
empatia, a boa vontade... Estes são
medicamentos baratos e acessíveis,
estão ali na prateleira da história do
que examina.