A DÁDIVA DE SER ATOR Joguem-se de... Oscar Calixto
A DÁDIVA DE SER ATOR
Joguem-se de cabeça em tudo!
Quem não pula mesmo, de verdade,
Flana sobre o véu da ilusão que saltou.
Mas quem salta, sente o vento na cara,
Sente o coração bater;
Ama, chora, se diverte, ou sente a dor lhe tomar.
Nada que é meio, é...
Nada que é "feito", existe com a essência de ser.
Onde é que estamos fingindo ser, mas não somos?
Onde é que pensamos estar, mas não estamos?
Onde é que fazemos por fazer, corremos por correr,
choramos por chorar ou sorrimos por sorrir?
Não importa o que seja, é importante que exista na totalidade.
Com todas as células do seu corpo se contorcendo
ou pulando de felicidade.
O Humano é isso.
O resto... É só uma "coisa" inventada.
O bom de ser ator é que somos pagos para nos mantermos vivos,
pulsantes, pagos para saltarmos do alto de pontes,
sem medo de nos estreparmos lá embaixo.
E, se morrer, amanhã o ator renasce.
E, se ele consegue se divertir de verdade,
outros rirão COM ele e não DELE.
Aproveitem muito a dádiva de ser coisas que, na vida,
jamais vocês seriam.
Aproveitem para dizer as verdades que adorariam dizer,
mas jamais diriam;
para viver o que, na vida, não dá.
Aproveitem a oportunidade de viver outros mundos,
outras épocas, outras situações, outros dramas, outras piadas,
outras vidas, outras vitórias, outras derrotas ou lástimas...
O grande segredo é "não fazer nada em cima disso" e
apenas se permitir ao salto corajoso e livre.
Na certeza de que se você morrer, amanhã, renascerá!