Disseram por aí que os opostos se... Jorge Nicodemos

Disseram por aí que os opostos se atraem. Então me peguei pensando nas diversas situações que me fazem acreditar que, na realidade – ou apenas no meu ponto de vista – a gente se atrai mesmo é pelo semelhante.

Desde pequeno eu noto que existe algo que me faz reconhecer o bem ou o mal estar, quando perto de algumas pessoas. Basta me aproximar delas que eu logo trato de analisar a sensação que aquele contato me causou.

Quando há um mal estar, tem quem diga que o santo não bateu com o dele(a). E se não aconteceu uma identificação, não adianta forçar a amizade.
Por outro lado, quando você entra em contato com pessoas que se aproximam da frequência na qual você vibra, a correspondência tende a ser leve e automática.

Reza a lenda que a beleza está nos olhos de quem a vê. Então me veio em mente a imagem de um casal que está junto há décadas. E mesmo que um não consiga entender as preferências do outro, por serem, em sua maioria, tão contrárias ás suas, eles nem sequer cogitam a possibilidade de separação. Não porque eles já se conheceram assim e o outro que se vire. Mas porque, dentro dessas tais - e ás vezes tão gritantes - diferenças, existe o ponto em comum, que os une: A escolha por ficar.

No inicio da relação, pode ser que um tenha como característica mais forte, a capacidade de zelar. E o outro, a necessidade de ser cuidado(a). Mas com o convívio baseado no respeito, eles naturalmente acabariam trocando os papéis sem ao menos se dar conta disso. Então, um dia, quem nasceu pra cuidar, aprendeu a receber amor em forma de cuidados. E quem viveu a vida esperando zelo, descobriu como também pode ser (e é!) gostoso ter a quem dedicar o melhor de si.

Então, pra mim, não é a divergência que atrai, mas sim a semelhança. A diferença apenas tempera. A afinidade, consolida.