AGORA Vem, bem agora meu bem, Não... Guria da Poesia Gaúcha
AGORA
Vem, bem agora meu bem,
Não demora, e também vê
Se não sai logo porta afora,
Afinal há muito já passou da
Hora de te ocupar com culpa,
Preocupar com mil desculpas,
Então basta de tantas farsas,
Te assume e não some, pois
O covarde jamais vira homem,
Então anda, pelo menos tenta,
Pois sem tentar não há como
A gente adivinhar ou saber no
Que poderá dar, e, além disto,
Aproveita e te aceitas, centra,
Chega de tanto mas e chega
Mais, para de ficar suspenso,
Tão denso e tenso todo tempo,
Sai desta janela, tua vida está
Pra o comando do teu mando,
Então conduza, assuma ela e
De vez, vê se tu aprende que
A mulher quer homem intenso,
Com solicitude e muita atitude
Para plenitude, então pensa e
Experimenta, sustenta, cresça
E melhor apareça, afinal odeio
Gente lenta, covarde e molenga
E tem mais, esta é minha última
Chamada, afinal ando cansada
De tanto esperar sentada pra tu
Acordares pra poder te amar, já
Que ligeira e bem louca quero a
Tua boca encher com desejo de
Beijo pra ver se nós vamos além
Deste vil vaivém, então meu bem,
Vem, chega, me aprochega bem
Gostoso, apertes bem, pega e te
Apega, te integra e entrega a tua
Quimera, teu lado fera, tua utopia
De fantasia pra gente viver à beça
Esta vida que é uma festa e festa
Melhor quando tudo é mútuo, junto,
Reto, bem direto, concreto, ilimitado,
Ousado, liberto e bem aberto, enfim
É assim que quero pra mim, mas se
Não quiseres, vou respeitar, mas já
Aviso pra surpresa não te pegar, não
Quereres virar mesa, pedires tempo
Pra pensar, então fica a dica, se quer
Vem agora ou de vez cai fora, vai te
Embora, pois assim como tá não dá,
Afinal cheguei a conclusão que mais
Que besteira, é burrice não saber ou
Querer o melhor da vida curtir e levar!
Guria da Poesia Gaúcha
Pedaços de Mim,
Página 76,
1999