Eu me atrasei, força do hábito! E ela... Luze Azevedo
Eu me atrasei, força do hábito!
E ela impaciente, linda e sedutora, teclava com alguém ou para alguém. Sentada de pernas cruzadas joelhos à mostra ocupava todo o sofá. Entre ela, a janela que mostrava lá fora a noite enluarada, uma orquídea amarela decorava o ambiente escuro; e as poucas luzes faziam questão de iluminar seu corpo.
De camiseta branca, com mangas compridas e saia também branca, logo a reconheci. A fraca iluminação do restaurante era só pra indicar o caminho até ela, e em suas pernas, me perdi.
Seu rosto só foi possível achar graças ao celular, que seus dedinhos não sessavam de teclar. ao lado dela parei.
Na pequena mesa, entre mim e ela, duas taças borbulhavam com champanhe, decorada com velas aromáticas e pétalas de amor perfeito. desabotoei o paletó, tropecei nas palavras, ganhei fôlego, e perguntei se o lugar ao lado estava ocupado.
Sim, respondeu ela. Sempre esteve reservado, aguardando você, e emendou: demorou por quê?