John Kennedy Olá John. Tomo a liberdade... Eleni Mariana de Menezes

John Kennedy

Olá John.
Tomo a liberdade de dizer antes de tudo que meu coração
É um pouco teu apesar de já te encontrares
Em outras dimensões quando pude alcançar a tua história.
Se estivesses aqui ainda,
Talvez fosses o meu único e grande platônico amor.
Mas, escrevo-te este não para falar
Do teu sorriso provocante que ainda quando vejo fico a
Desejar as brumas milagrosas de Deus.
Tão pouco falar de coisas desabridas
Para não carregar de rancor as tuas páginas
Tais como a guerra do Vietnam e os anos de chumbo
Do Brasil. Neste espaço eu me permito realçar apenas a nobreza
Não a vileza, pois todos nós temos um pouco dela, senão muito.
Não John.
Vou dizer-te coisas boas que fizestes e que tratam da derradeira
Ordem do Criador quando quis sua imagem
Refletida na criação:
“Amai-vos uns aos outros.”
Agora pesquiso a tua história
E está tudo lá:
O teu grito de amor tingindo as velhas páginas
Com a cor, o cheiro e o sabor da verdade:
Querias um mundo mais humano
Com direitos iguais para os filhos desprovidos
Da fartura do rico império impiedoso de alguns.
Querias "um mundo de lei e livre escolha,
“Banindo a guerra e a coerção”.
Teu governo desenhou o início
De uma nova esperança na direção
De direitos iguais entre americanos
E em busca da paz mundial.
Tentavas desmilitarizar
– ABSURDO –
O mundo feito à base de sangue e armamentos.
Como John?
De que maneira derreter
Os moldes dos impérios fortes forjados
Com o aço das lâminas assassinas
Que enriqueceram alguns.
E como enriqueceram!
Até se esqueceram que são mortais.
Projetaram-se deuses e ditaram extermínios.
E existem, também, e lamentavelmente,
Os fanáticos.
Aqueles que matam em nome do nada,
Sem causa, sem origem.
Apenas matam.
Eliminam sem piedade os homens carregados
De sonhos e projetos.
E como os tinha John!
Estavas grávido de idéias
E teu ideal de mundo não diminua tua glória.
Esplendoroso e viril. E belo.
E homem.
E presidente de uma nação despontando forte,
No Norte da América.
Então, o covarde Lee Harvey Oswald,
Calou a tua oratória e pôs fim
Ao teu inflamado discurso que arrebanhava multidões
E te privilegiava com uma boa popularidade.
E morre contigo, a esperança.
O sonho de uma América mais humana,
Mais justa e sem armas.
E, depois de muito, vem historiadores
Sustentarem a tese de uma conspiração.
Quão inventivos!
Será John que aquela bala disparada
Fora programada
Para partir na tua direção,
Pois terias contrariado profundamente os interesses
De indústrias bélicas
E de militares ao lutar pelo fim da corrida armamentista,
E como resposta,
Industriais e militares poderosos teriam
Tramado a tua morte?
Ditado a tua sorte?
Ah! John! Não!
Eles não seriam tão radicalmente perversos
E frios
E desumanos e
Bestiais a tal ponto.
Não ao mesmo tempo.
Não comungariam a mesma horrenda e macabra idéia.
Bom pensar que a maldade foi apenas de um único ser.
Fica mais fácil assim John.
Suportar o mal, encarar o mundo.
Viver.
Ainda precisamos acreditar na bondade.
Tanta perversidade
Apaga em nós a chama
Da esperança de um dia sermos todos iguais.
E por falar em igualdade.
Descanse em paz, a tua América mudou de cor.
Hoje a Casa Branca tem inquilinos
Da Raça dantes espezinhada.
Diminuída e combatida
Por puro preconceito vazio e sem sentido.
Ela alçou o voo da vitória.
E a na história ficará o registro da passagem,
E porque não?
Da permanência longa de uma era nova,
Sem racismo,
Pedantismos
Dos brancos engravatados ou não.
Até sem colarinhos,
Portando a simplicidade nas vestimentas,
Mas por dentro,
Lamento...
Tanto; são rebuscados
E empertigados torcem pela guerra
E muitos a fomentam.
Do ódio, do preconceito virulento que destrói a paz.
Chegaremos lá John?
No teu tão sonhado mundo de igualdade?
Que Deus permita!
E continue salvando as Américas.
Elas todas: Sul, Central e Norte.
Brademos, então, uma vez mais com muito fervor.
Deus Salve as Américas deste rapaz sonhador!