Sonhos de Poesia Na alva, onde o... GoncalvesSa

Sonhos de Poesia 

Na alva, onde o silêncio erguia. 
Em meus sonhos eu sentia. 
O calor das ilusões. 
Essas que nunca se perdem 
Que o olfato degusta 
E olhar antecede.  

Observava aquela amante. 
Nesse presságio cheiroso. 
Nua, com seus seios rosados. 
De semblante desfolhado 
Com olhos claros, instigantes. 
Lábios densos, entreabertos e molhados. 
Ao brilho do mar. 
Corpo perfeito cetinoso... 
De fervidos beijos e desejo esperançoso.  

Não era uma mulher de sonhos. 
De presságios poéticos  
Com falas iludidas 
Que percebi nesses tempos. 
Sentia que estava perdida 
Em um olhar cético.  

Espalhou o cheiro espesso do teu peito.  
Respirou ofegante 
A tua alma embriagou indecente. 
Naquele instante de anseio 
No calor dos teus seios. 

Sim! Ela estava presente! 
Naquele iminente pensamento.  
Nos íntimos masculinos 
Dos poetas mais dissidentes. 
Percebo de longe teu caminhar... 
Como o inverno anuncia a chegada. 
Entre as folhas caírem nas tarde de outono. 
Que de esperanças as noites diluem na alvorada.  

Observo as estrelas da alva.  
As brisas da maré clara 
A lua estampada no céu. 
Como uma noiva de véu. 
Pressinto o cheiro dos vales encantados 
Aqueles que Romeu 
Esperava por sua amada 
Para se deitar... 
Entre rosas perfumadas. 

Mas tu tremias... 
Nas cantigas desse sonho meu 
Fiquei sem voz. 
Com rosto pálido 
As mãos tremulas e fria  
Nesse desespero  
Para te dizer que sou eu! 

Não desencante das ilusões da vida 
Das minhas esperanças que fenecem 
Sonhei – amei – clamei por ti 
Não derramem uma só lagrima por mim. 
Quero te ver nua 
Com teu corpo ardente 
A tua face vermelha 
O teu odor que sequer 
Ainda pressenti 
No teu íntimo de mulher. 

Esse sonho de tantos desejos. 
Tantos amores. 
Sonhos de poesia 
Dos profetas que se batizam 
E enraízam nas escritas 
As suas identidades e fantasias.